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  • Ana Beatriz Barreto

Como usar o pretérito mais-que-perfeito?

O que é o pretérito mais-que-perfeito?


Já ouviu falar no passado do passado? Provavelmente não com esse nome, mas com certeza em algum momento já ouviu falar do tal pretérito mais-que-perfeito.


O pretérito mais-que-perfeito é um tempo verbal que se localiza em um momento anterior ao pretérito perfeito, por isso recebe esse nome. O pretérito perfeito diz respeito a uma ação que foi concluída no passado. Logo, afirmar que o pretérito mais-que-perfeito é o passado do passado significa dizer que aquele tempo verbal é ainda mais anterior do que o passado em si.


Para ficar mais claro, considere a seguinte frase:


Ex1.: Ana tirou dez na prova.


A ação principal nessa oração foi o fato de Ana ter alcançado a nota máxima na prova. Concorda que, para isso ocorrer, existiram outros processos antes? Ana provavelmente precisou estudar muito ou teve algum tipo ajuda para alcançar essa nota, certo?


Caso fosse vontade de quem proferiu esse enunciado destacar o esforço de Ana, seria necessário fazer uso do pretérito mais-que-perfeito, o que geraria isto:


Ex2.: Ana estudara muito, por isso tirou dez na prova.


Perceba que nesse último exemplo existem duas ações ocorrendo no passado "tirar dez" e "estudar muito", mas uma ocorre anteriormente a outra. A ação anterior a outra que já está no passado é a que receberá a marca do pretérito mais-que-perfeito, no caso anterior, "estudar muito" é a ação no mais-que-perfeito e por isso recebe a desinência -ra, passando a "estudara".


Qual a sua estrutura?


Apesar de flexões como "estudara" serem as mais lembradas quando falamos em pretérito mais-que-perfeito, é importante mencionar que esse tempo verbal pode ser manifestado de duas formas: simples e composta.


1. Pretérito mais-que-perfeito simples


Esta é a forma mais lembrada quando se fala em pretérito mais-que-perfeito. Ela é considerada simples quando é formada apenas acrescentando a desinência de tempo e número à raiz do verbo.


Ex3.: dançara; bebera; ouvira etc.


2. Pretérito mais-que-perfeito composto


A forma composta é a mais utilizada no uso corrente do português, mas muitas pessoas não se dão conta que se trata do temido pretérito mais-que-perfeito. O pretérito mais-que-perfeito composto é formado pelo verbo "ter" na forma de um auxiliar e um verbo principal que estará na forma do particípio passado.


Ex4.: tinha dançado; tinha bebido; tinha ouvido etc.


OBS: o pretérito mais-que-perfeito composto pode também ser formado por meio do uso do verbo "haver" ao invés de "ter".


Ex5.: havia dançado; havia bebido; havia ouvido etc.


Como usar?


Ao contrário do que se possa pensar, não há uma forma correta ou incorreta quando se fala da estrutura do pretérito mais-que-perfeito. A utilização de uma forma ou de outra leva em consideração o contexto e o grau de formalidade dele. O pretérito mais-que-perfeito simples é estritamente utilizado em contextos formais de escrita, já o composto tem um uso mais amplo, sendo a forma com o auxiliar "ter" considerada mais informal e a com "haver" mais formal, mas nada impede o intercâmbio entre os auxiliares.


Diante disso, fica evidente que o pretérito mais-que-perfeito pode ser utilizado em qualquer contexto em que se esteja narrando uma ação do passado que ocorre anteriormente a outra ação também no passado. Esse tempo pode ocorrer em qualquer contexto de uso da língua, havendo uma seleção estrutural a depender do contexto de uso.


Resumo


Pretérito mais-que-perfeito: passado do passado.

Forma simples: estudara.

Forma composta: tinha/havia estudado.



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